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Tese Aprendizagem organizacional para a inovação ambiental:desafios, perspectivas e determinantes a partir de um estudo multicasos(2015) Jacomossi, R. R.A discussão acerca do desenvolvimento das capacidades organizacionais para a inovação ganha importância na medida em que são impostos às empresas desafios decorrentes de cenários de mercados cada vez mais turbulentos e incertos. Nesse contexto, embora a atividade inovativa se apresente como um determinante para se garantir vantagem competitiva, a produção de riqueza material originária desse esforço pode produzir riscos ambientais. Assim, torna-se imperativo que as organizações se orientem para um tipo de inovação que promova a inserção competitiva, garantindo ganhos econômicos, mas, sobretudo, assegurando que os riscos ambientais possam ser eliminados ou mitigados. Dessa forma, este trabalho teve como objetivo entender como se dá a dinâmica de interação entre fatores que promovem a aprendizagem organizacional para a inovação ambiental. Para tanto, utilizou-se de uma pesquisa qualitativa de caráter exploratório-descritiva, por meio do estudo de multicasos em três empresas que se destacam nessas ações. A revisão da literatura amparou-se nos seguintes temas: aprendizagem individual e organizacional; aprendizagem para a sustentabilidade e inovação ambiental, resultando em uma proposição de modelo conceitual de análise composto pelos elementos (Enfoque Externo; Enfoque de Lideranças; Enfoque Cognitivo e Enfoque Funcional), compostos por oito categorias: regulação, usuários de produtos, empreendedor, gerente, memórias, educação ambiental, P&D em redes e gestão ambiental. Em campo, foram realizadas 22 entrevistas semiestruturadas com empreendedores, gestores e clientes. Os resultados da pesquisa confirmaram a importância dos elementos mapeados no modelo, com exceção para a categoria usuários de produtos, que não foi reconhecida como variável que induz a processos de aprendizagem organizacional para a inovação ambiental. Por outro lado, as categorias regulação e empreendedor se apresentaram como os indutores mais importantes nesse processo. Adicionalmente, revelou-se que a categoria gerente desempenha papel fundamental para reforçar processos de aprendizagem para a inovação ambiental, pois sua atuação tem o potencial de compensar as fragilidades decorrentes de um sistema de educação ambiental falho nas organizações.Dissertação As barreiras e perspectivas para geração de energia elétrica por painéis solares fotovoltaicos na matriz energética brasileira(2016) Elgamal, G. N. G.A geração de energia solar fotovoltaica vem crescendo em vários países ao redor do mundo e o Brasil, mesmo apresentando inúmeras condições favoráveis para a sua utilização, como a extensa área territorial ensolarada e as ricas reservas do minério de silício para a fabricação das células solares fotovoltaicas, vem ignorando todas essas contribuições que poderiam trazer benefícios tanto na questão social, com inclusão social e geração de empregos, quanto na questão ambiental. Nesse contexto, a pergunta de pesquisa deste trabalho é: Quais são os fatores que explicam a baixa representação da energia solar fotovoltaica na matriz energética brasileira? Para tanto, o objetivo central da pesquisa é identificar os desafios e as oportunidades para a expansão da geração de energia elétrica por células solares fotovoltaicas em larga escala no Brasil. O procedimento metodológico adotado neste trabalho foi a realização de um estudo de caso sobre as barreiras e perspectivas para geração de energia elétrica por painéis solares fotovoltaicos na matriz energética brasileira. Para isso, foram efetuadas uma pesquisa qualitativa, de natureza exploratória, e uma revisão sistemática da literatura. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas com roteiro semiestruturado gravadas com múltiplos stakeholders envolvidos nesta temática no Brasil. No cenário mundial, destaca-se que nos países detentores da tecnologia de geração solar fotovoltaica em suas matrizes de energia elétrica, como a Alemanha e a China, entre outros, tanto as políticas públicas quanto a modelagem da tarifa Feed-in Tariff (FIT), bem como os incentivos com financiamentos atraentes, tributários e fiscais foram os principais motivadores para a sua rápida expansão. No caso brasileiro, observou-se que, ainda que as políticas públicas tenham avançado de forma a incorporar novos instrumentos para o estímulo da energia solar fotovoltaica, seus resultados ainda são bastante tímidos, com o atual patamar de incipiência de 0,02% na matriz energética do país. Entre as razões que explicam esse resultado destacam-se a falta de uma visão estratégica por parte do governo para a sua inserção no cenário nacional e a falta de políticas de reduções tributárias e fiscais e financiamentos atrativos para a sua aquisição.Tese Efetividade de projetos de desenvolvimento local na perspectiva da avaliação de impacto social(2022) Carvalho, F. M. C. deA expansão significativa da produção de camarão em cativeiro dos empreendimentos carcinicultores do litoral do Piauí tem gerado diversos resultados contraditórios. Apesar do desempenho econômico significativo, os diversos impactos ambientais e sociais negativos têm contribuído para que a atividade comprometa a sustentabilidade do território. Uma das razões desse fenômeno está ligada ao fato de que as pesquisas sobre a produção de camarão em cativeiro nos cenários nacional e internacional priorizam o entendimento dos impactos ambientais, buscando dimensionar os danos provocados por esta atividade nas Comunidades e em seu entorno, desconsiderando os aspectos sociais. As mudanças na vida das Comunidades de pescadores artesanais deixam evidente a necessidade de avançar para uma perspectiva mais sistemática e ampliada da relação desses empreendimentos com o desenvolvimento local. Um instrumento que pode contribuir para a superação desses desafios é a Avaliação de Impacto Social (AIS) ao permitir que os esforços para maximizar impactos positivos e minimizar os negativos dos projetos de desenvolvimento, de origem pública ou privada, sejam concretizados, potencializados, ao avaliar processos de mudança social em profundidade. Considerando um inter-relacionamento estre os campos teóricos “Desenvolvimento local” e “AIS”, esta pesquisa buscou responder: como os impactos sociais da produção de camarão em cativeiro se relacionam com a efetividade de projetos de desenvolvimento local? O objetivo geral foi: analisar os impactos sociais da produção de camarão em cativeiro e suas relações com a efetividade de projetos de desenvolvimento local. Os procedimentos metodológicos incluíram a seleção de dois estudos de caso no litoral do Piauí, realização de entrevistas com múltiplos stakeholders, análise documental e de conteúdo, análise dos com base nas categorias definidas a partir da revisão da literatura, usando a técnica de análise de conteúdo (BARDIN, 2004), após a organização e refinamento das codificações obtidas com software do tipo Computer Assisted Qualitative Data Analysis (CAQDAS), o NVivo. Os empreendimentos carcinicultores geram impactos nas categorias econômica, institucional, ambiental, cultura e social. As Comunidades percebem esses impactos, mas avaliam que a contrapartida da renda e empregos gerados pelos empreendimentos poderia ser mais efetiva. Considerando a permanência dos baixos índices como IDH-M e escolarização, a contribuição dos empreendimentos é entendida como não efetivaDissertação Entraves e perspectivas para a logística reversa no contexto nacional(2014) Sencovici, L. A.A evolução tecnológica proporcionada pelo petróleo ofereceu uma variedade de produtos considerados indispensáveis pela atual civilização. No entanto, junto com seus benefícios, vieram os impactos ambientais, em razão de seu potencial poluidor, de cuja categoria o óleo lubrificante faz parte. O óleo lubrificante gera dois tipos de resíduos, sendo que o primeiro é a embalagem quando comercializada e esvaziada, e o segundo é o próprio óleo que por razões técnicas de uso deve ser trocado. Esses dois resíduos devem ter o tratamento adequado para seu correto reaproveitamento ou destinação específica. Para que isso aconteça, tecnologias foram e continuam sendo desenvolvidas, contudo, há também a necessidade de se atender à legislação específica que prevê a forma adequada de reaproveitamento dos resíduos ou a destinação correta, caso não haja o reaproveitamento. No Brasil, cada tipo de resíduo possui uma legislação própria. Especificamente a do óleo lubrificante está contemplada na resolução do CONAMA 362/2005; já as embalagens estão enquadradas dentro do contexto da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), aprovada em 2010, mas com regulamentação específica celebrada em acordo setorial no final de 2012. Tanto no que tange às questões tecnológicas quanto às questões legais, há desafios importantes para os agentes envolvidos na cadeia, tais como varejistas, comerciantes, fabricantes, importadores e consumidores, e o principal envolve não somente a montagem de esquemas de logística reversa para a coleta destes resíduos, mas também o que deriva dos resíduos de óleo lubrificantes como, por exemplo, definição de início e término das responsabilidades dos agentes, quem deve arcar com os custos inerentes a essas operações e aceitação que há uma legislação que deve ser cumprida. Nesse contexto, a presente dissertação tem por objetivo compreender tais desafios, saber como os agentes trabalham para superá-los, e ainda, tentar identificar se oportunidades estão surgindo no gerenciamento do óleo lubrificante usado e também das embalagens. Para tanto, utilizou-se uma abordagem metodológica de caráter qualitativo, com coleta de dados por meio de pesquisa bibliográfica, entrevistas exploratórias e posterior análise e interpretação dos dados obtidos. Os resultados obtidos demonstram avanços importantes na coleta e destinação desses resíduos, inclusive com boas perspectivas na origem de novos negócios. Todavia, a quantidade de agentes envolvidos e a dificuldade de consenso entre estes traz muita complexidade ao tema da logística reversa desses resíduos e será necessário grandes esforços para que se obtenham avanços mais relevantesDissertação O impacto da cobrança pelo uso da água nos usuários industriais:uma visão dos atores das bacias hidrográficas dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí(2012) Caruso, C. F. de M.Seja por conta dos fenômenos naturais ou pelo resultado do crescimento populacional, o acesso à água torna-se cada vez mais difícil, configurando prelúdios de uma crise mundial, quando o recurso passará a ser disputado por várias nações. No Brasil, o setor industrial responde por 14% de consumo de água, representando o 2º maior setor usuário do recurso. Nesse contexto, emerge a necessidade da aplicação de instrumentos de gestão ambiental que induzam a modificação do comportamento dos diversos usuários de recursos hídricos de forma a racionalizar o uso e consumo deste recurso natural. Nos últimos anos, a instituição do instrumento "cobrança pelo uso da água nas bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ)" propiciou a participação ativa dos usuários de água da região, estabelecendo medidas possíveis e prioritárias no que tange à utilização da água, seja como insumo, seja como consumo. Este estudo analisou a visão dos vários stakeholders sobre como a implementação da cobrança do uso da água nas bacias do PCJ tem influenciado o comportamento dos usuários industriais. Observou-se, ainda, as condutas de políticas públicas na gestão de recursos hídricos e os mecanismos de aplicação da cobrança destes, bem como as mudanças de comportamento dos usuários industriais do local. Para o desenvolvimento deste estudo, optou-se por uma abordagem qualitativa, envolvendo duas técnicas. A primeira, exploratória e bibliográfica, consistiu em uma coleta de dados, visando o entendimento do sistema nacional de gestão de recursos hídricos, da cobrança pelo uso da água, das indústrias da região do PCJ e suas principais características. A partir desta etapa, identificou-se atores-chave envolvidos com a cobrança do uso da água no PCJ, que foram entrevistados. A segunda técnica, a de análise de conteúdo, fundamentou o entendimento das visões dos stakeholders, além da eficiência e aceitabilidade das medidas adotadas pelas empresas selecionadas frente à cobrança pelo uso da água, identificando a relação direta entre tais atores e as organizações entrevistadas. As conclusões apontam para um processo de implantação da cobrança pelo uso da água de baixa eficiência e para o estímulo do uso racional da água no setor industrial. O principal fator é o preço reduzido que não estimula as mudanças em profundidade na Gestão de Recursos Hídricos. Ainda assim, a pesquisa revela a importância da cobrança como um mecanismo de reconhecimento de valor econômico da água na região, tomando o Comitê PCJ como uma referência nacional. No entanto, a implantação da cobrança no PCJ representa o início de um longo processo de transformação e maturação do instrumento. O direcionamento das aplicações dos recursos da cobrança, direcionados na sua totalidade às melhorias do sistema de saneamento da região, representam evidências da evolução da cobrança pelo uso da águaDissertação Tese Licença social para operar relacionamento da empresa com a comunidade local:critérios de influência para a concessão da LSO. Um estudo de caso da mineração brasileira(2016) Santiago, A. L. F.O conceito de "licença social" reflete o fato de que a sociedade pode dar ou recusar o apoio a uma empresa para que ela realize suas operações. Refere-se ao intangível, à parte tácita do contrato realizado com a sociedade ou grupo social que permite uma operação de extração ou de processamento iniciar e continuar suas operações. O nível de apoio depende das expectativas da sociedade sobre como a empresa conduz suas operações. A atual expectativa da sociedade para com as empresas é principalmente resultado de uma intensa mobilização social, fruto de um processo de modernização reflexiva, que se traduz em avanços em termos de legislação, politização dos problemas ambientais e fortalecimento da moral ecológica, influenciando o discurso empresarial e seus processos. Nesse contexto, uma nova postura ambiental e social é exigida, demandando ações inovadoras, induzidas pelas transformações no ambiente das sociedades industrializadas. O debate sobre a LSO surge nas engenharias industriais a partir de uma perspectiva de gestão do risco, quando setores produtivos com grande potencial de impacto socioambiental e econômico se dão conta que os aspectos formais de controle necessitam de maior legitimidade, por meio da interação entre empresa, governo e sociedade. Entre os setores produtivos, destaca-se o da mineração. Pretendendo contribuir para o debate sobre a LSO no contexto brasileiro, o presente estudo identificou os critérios que influenciam a concessão da LSO a partir de uma abordagem multi stakeholders, tendo como universo de análise uma grande empresa de mineração. Os critérios para a LSO no contexto brasileiro se mostraram incompletos, porém novos critérios foram identificados, sendo que os investimentos em educação escolar feitos pela mineração contribuíram, por outro lado a carência de uma governança colaborativa influenciou negativamente. Os resultados demonstram a necessidade de redefinir a LSO em contextos de alta vulnerabilidade social e dependência econômica local do setor mineral. Frente à precariedade predominou uma LSO instável, com baixa efetividade, tendo como característica a expectativa por parte dos stakeholders baseada na manutenção dos empregos e demandas pontuais. Conclui-se que para uma LSO estável é necessário preparar a comunidade local para concede-la, atuar com aprendizagem social e fortalecer o capital social, tornando-a mais resiliente, com capacidade para antecipar, lidar, suportar e recuperar-se dos impactos, riscos ou constante ameaça do término da mina.Dissertação Os limites da política nacional de resíduos sólidos do Brasil para as embalagens plásticas flexíveis e laminadas:uma proposta de modelo conceitual(2015) Massote, B. P.Os custos crescentes com a gestão de resíduos sólidos obrigaram diversos países da Europa a desenvolverem e implantarem novas políticas ambientais com o objetivo de compartilhar com os fabricantes e comerciantes os custos envolvidos no tratamento destes resíduos. O conceito denominado Extended Producer Responsibility (Responsabilidade Estendida do Produtor) que surgiu na Europa na década de 1990, rapidamente ganhou força pelo continente e alguns anos mais tarde já influenciava a criação de legislações ao redor de todo o Mundo. Pesquisas recentes mostram que os índices de reciclagem de embalagens médio nos diversos programas em operação na União Europeia cresceram significativamente, saltando de 41,7% em 1997 para 65,3% em 2010. Apesar dos resultados positivos, muitos países ainda enfrentam desafios como a presença de empresas caroneiras que tem seu resíduo coletado, porém sem contribuir financeiramente com o sistema em operação. O Brasil é uma das mais recentes nações a adotar o conceito por meio da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), aprovada em 2010. Este marco regulatório defende o princípio da Responsabilidade Compartilhada com o qual fabricantes, distribuidores e varejistas passam a ser responsáveis pelos seus próprios resíduos pós-consumo. Entre os direcionamentos definidos pela PNRS está a implantação de sistemas de logística reversa para resíduos pós-consumo incluindo preferencialmente a participação das cooperativas de catadores de materiais recicláveis.Esta pesquisa tem como principal objetivo a discussão das limitações e perspectivas da implantação do modelo de logística reversa definido pelo acordo setorial apresentado ao Ministério do Meio Ambiente do Brasil pela coalização de empresas pertencentes ao grupo de Embalagens em Geral, visado o cumprimento da lei 12.305/2010 que estabelece a PNRS. O trabalho buscou analisar mais profundamente o impacto da PNRS nas embalagens plásticas flexíveis laminadas ou multicamadas que hoje não são reaproveitadas. Para cumprir tal objetivo optou-se por uma pesquisa de natureza qualitativa e exploratória que utilizou como técnicas de coleta de dados uma extensa revisão da literatura internacional e entrevistas em profundidade com especialistas e profissionais dos setores diretamente impactos pela nova legislação. Os resultados indicam uma série de desafios para que estas embalagens passem a ser coletadas e comercializadas para fins de reciclagem, entre eles a falta de interesse da indústria de reciclagem em investir na tecnologia necessária, o desinteresse dos fabricantes em desenvolver uma solução de reciclagem para suas embalagens, a deficiência de gestão das cooperativas além do baixo comprometimento por parte dos consumidores.A pesquisa apresenta uma evidente contradição entre as pressões de mercado para o desenvolvimento de embalagens mais atraentes e baratas, especialmente as flexíveis, e as limitadas possibilidades de reaproveitamento pós-uso das mesmas. Pressionados pela nova legislação, fabricantes lograram encontrar uma alternativa para cumprir as exigências da lei, focando quase exclusivamente na ampliação da coleta. A primeira vista, tal alternativa pode trazer benefícios como fortalecimento das cooperativas e redução da quantidade de resíduos enviados para aterros. Entretanto, ao priorizar esta alternativa, novos desafios se apresentam na medida em que quantidades crescentes de embalagens que não podem ser efetivamente reaproveitadas na realidade brasileira, dadas as limitações tecnológicas e de custo, terão como destino final os aterros. Entre as medidas adotadas por outros países para contornar este desafio, destacam-se os instrumentos econômicos como redução da carga tributária que hoje responde por uma parcela significativa dos custos envolvidos na cadeia de reciclagemDissertação Lógica reversa no varejo:construindo relações nas diferentes modalidades - produtos, embalagens e resíduos pós-consumo(2015) Oliveira, L. da S.A atividade de logística reversa (LR) no varejo vem se modificando nos últimos anos, assumindo novos papéis e desafios. Inicialmente, o foco estava nas atividades de retorno de produtos defeituosos ou vencidos, estimuladas pelo avanço da legislação, como a lei do direito do consumidor, regulamentada por meio do Código de Defesa do Consumidor (BRASIL, 1990). Atualmente, novas atividades foram incorporadas em função de uma maior preocupação das empresas com a questão da sustentabilidade, da competitividade e com o avanço da legislação ambiental. Além disso, com a aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos PNRS (BRASIL, 2010a) em 2010 - que utiliza o conceito de Responsabilidade Estendida do Produtor REP, empregado por países europeus, o varejo deve contribuir para o fluxo reverso dos resíduos pós-consumo, em função do seu posicionamento estratégico na cadeia de valor. Assim, foram identificadas três modalidades principais para realização da LR: necessidade do retorno de produtos, retorno de embalagens utilizadas para movimentação logística, e embalagens pós-consumo geradas dentro das operações do varejo e pelos consumidores que devolvem suas embalagens na loja. O presente estudo tem como objetivo analisar como as relações entre varejo, fornecedores e clientes estão sendo construídas para viabilizar a LR nas três modalidades identificadas. A metodologia escolhida foi pesquisa qualitativa de natureza exploratória através de um estudo de caso único a partir das três unidades de análise identificadas no referencial teórico. A coleta de dados foi realizada por meio de pesquisa de campo junto a dez profissionais envolvidos no processo de LR do maior varejista supermercadista do Brasil, entre eles: integrantes da cadeia de suprimentos, responsáveis por lojas de médio e grande porte, colaboradores da área responsável pela sustentabilidade da empresa, fornecedor de embalagens para movimentação logística, responsável pelo gerenciamento dos resíduos recicláveis nas lojas e trabalhadores de uma cooperativa de catadores de reciclados. Os resultados mostram que o varejista possui processos estruturados de LR para todas as modalidades e que eles são anteriores ao Código de Defesa do Consumidor (BRASIL, 1990) e à PNRS (BRASIL, 2010a). O varejista trabalha com duas alternativas para produtos que não estão em condições de comercialização: a primeira iniciativa é a doação para instituições de caridade, a segunda está relacionada à recuperação econômica parcial dos produtos que não podem ser doados e são comercializados através de leilão. Ainda assim, foram identificados conflitos em todas as três modalidades estudadas. Os conflitos estão presentes nas áreas externas, ou seja, em fornecedores, produtores e parceiros, e internas, principalmente nas áreas: comercial, logística e lojas. Destaca-se ainda que a relação mais colaborativa e que rendeu maiores benefícios econômicos e ambientais encontra-se na LR de embalagens de movimentação, impulsionada por ação voluntária e não por legislação. A parceria com um fornecedor europeu substituiu os antigos contentores de plástico (anteriormente feitos em madeira), por contentores de plástico reutilizáveis e dobráveis, tendo como resultado o aumento de sua vida útil e, portanto, ganhos econômicos no processo. Para os resíduos recicláveis pós-consumo coletados nas lojas, a principal iniciativa tem sido a doação para cooperativas, realizada desde 2001, o que acabou antecipando uma das diretrizes da PNRS (BRASIL, 2010a) sobre a inclusão dos catadores organizados no fluxo reverso de embalagensDissertação Logística reversa de computadores e celulares:desafios e perspectivas para o modelo brasileiro(2014) Augusto, E. E. F.Com o acelerado crescimento do mercado de Equipamentos Eletro Eletrônicos (EEE), alimentado pela obsolescência programada e aumento do consumo per capita dos microcomputadores e aparelhos celulares, cresce na mesma velocidade os resíduos gerados pelo descarte desses dispositivos, que possuem em sua composição, substâncias tóxicas à saúde e meio ambiente quando não descartados de forma ambientalmente adequada. Este contexto tem gerado diferentes modelos de Logística Reversa (RL) em países desenvolvidos. Contudo a LR de Resíduos de Equipamentos Eletro Eletrônicos (REEE) em países em desenvolvimento ainda é incipiente, como mostram iniciativas na Índia e na China, onde modelos específicos devem ser adaptados à realidade local, em função da ausência de legislação adequada e de incentivos econômicos, baixo nível de conscientização da população e a existência de catadores de rua informais, que são responsáveis por uma quantidade crescente da coleta dos REEE, com processamento inadequado e nocivo à saúde e meio ambiente. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), aprovada em 2010, determina a implantação de sistemas de Logística Reversa (LR), para o tratamento e disposição ambientalmente correta dos resíduos pós-consumo, tais como os EEE, através de acordos setoriais que devem ser estabelecidos até agosto de 2014. Entretanto o setor de EEE não tem uma data estabelecida para a implantação da LR pela PNRS. Esta pesquisa tem como principal objetivo identificar os desafios e as perspectivas para a implementação do modelo de LR dos REEE, destacando-se os segmentos de computadores e aparelhos celulares. Em função das poucas informações disponíveis sobre esta problemática, optou-se por uma pesquisa de natureza qualitativa e exploratória. As técnicas de coleta de dados privilegiaram a realização de entrevistas semi-estruturadas em profundidade com atores envolvidos na cadeia de LR de REEE, análise documental e participação nos principais fóruns que debatem a implantação da LR. Foram entrevistados representantes dos fabricantes, governo, importadores, empresas recicladoras, setor de varejo, cooperativas de catadores, e membros da academia e institutos de pesquisa que trabalham com a temática. Os dados foram interpretados por meio da técnica de análise de conteúdo, com o auxílio do software de apoio à pesquisa qualitativa NVIVO. Os resultados mostram a importância do novo regulamento para reforçar o diálogo entre os membros da cadeia de EEE para o desenvolvimento do modelo brasileiro de LR. O modelo emergente inclui uma taxa de reciclagem no preço do produto, usada para financiar uma entidade de reciclagem responsável pela coleta e destinação do lixo eletrônico de forma ambientalmente responsável. No entanto, os produtores afirmam que, no sistema tributário brasileiro a taxa de reciclagem representa uma dupla tributação, com um impacto cumulativo sobre o preço final do produto. Uma colcha de retalhos de diferentes leis ambientais, em diferentes Estados pode restringir a mobilidade do REEE no país, reduzindo a eficiência e impedindo economias de escala. Finalmente, as lacunas tecnológicas para a reciclagem do material mais valioso dos REEE no país, a escala geográfica e as longas distâncias de transporte, e os conflitos entre as organizações de catadores e empresas, representam desafios para o sucesso do modelo brasileiroTese Mapas causais colaborativos como ferramenta da avaliação de impacto social em territórios de mineração(2022) Gemignani, V. P. M.Os projetos de mineração são responsáveis por importantes transformações sociais nos territórios que submetem a comunidade local a uma ampla variedade de impactos negativos e à distribuição desigual dos benefícios gerados pela atividade. A assimetria da distribuição dos impactos acaba por estabelecer um ambiente de conflito entre a mineração e comunidade local, comprometendo a aceitação pública da atividade. O reconhecimento da importância dos conflitos nas áreas de mineração popularizou o termo Licença Social para Operar (LSO). Este é o termo utilizado para descrever a aceitação social em relação a um projeto industrial e configura-se como ponto de partida da discussão desenvolvida nesta pesquisa. O termo tem ganhado destaque no discurso do setor mineral no sentido de responder a demanda de um melhor engajamento com a comunidade local e como estratégia corporativa de sustentabilidade. Apesar da relevância o amadurecimento das pesquisas sobre LSO trouxe a percepção acerca de suas fragilidades. Autores alertam para a percepção simplista da empresa em relação ao entorno de sua operação e valorizam a integração da Avaliação de Impacto Social (AIS) ao processo de LSO. Nesse contexto, o objetivo desta pesquisa é identificar e analisar os vazios de responsabilidade na gestão dos impactos sociais associados ao projeto mineral. A metodologia foi baseada em um estudo de caso na região amazônica brasileira, onde está localizado o maior projeto de extração de minério de ferro do mundo. A coleta de dados foi baseada em análises documentais e entrevistas semiestruturadas. Realizadas com representantes do governo, comunidade e mineradora, as entrevistas buscaram a construção dos Mapas Causal Colaborativos (MCC) utilizados como ferramenta do AIS. A análise dos dados foi realizada pelo software ATLAS.ti e organizada com o objetivo de comparar percepções e encontrar vazios de responsabilidade. A identificação de numerosos e relevantes vazios mostraram a importância de sua compreensão para o profundo conhecimento do território e para a adequada gestão dos impactos sociais. Dada a relevância demonstrada pelos vazios de responsabilidade, propõe-se sua identificação pelo termo "Zonas Cinzentas". O termo refere-se aos impactos que os atores buscam distanciar-se da responsabilidade, direcionando-a ao outro. A identificação e gestão das áreas cinzentas permitem ações voltadas para atender demandas reais do território, contribuindo para um desenvolvimento local justo e sustentávelDissertação A percepção do impacto social na mineração: uma visão comparada entre empresa e comunidade(2020) Gerotto, M. G.O aumento de danos socioambientais e de conflitos em torno da mineração tem estimulado o crescimento de pesquisas focadas na Avaliação de Impacto Social (AIS) neste setor. A partir de um paradigma construtivista, a AIS propõe metodologias participativas de forma a ampliar a comunidade de avaliadores favorecendo a inclusão de populações mais vulneráveis e afetadas, diferenciando-se assim de modelos de avaliação tradicionais embasados exclusivamente no enfoque técnico-científico. O entendimento dos impactos como uma construção social, incluindo o modo pelo qual os indivíduos ou a coletividade sentem os efeitos do projeto amplia a explicação do fenômeno. Esta pesquisa tem o objetivo de identificar e comparar a percepção dos impactos sociais de um empreendimento mineral na visão da empresa e das comunidades locais. A abordagem metodológica incluiu a realização de entrevistas e oficinas de AIS com representantes da mineradora e das comunidades. Os resultados mostram que, enquanto a empresa foca nos impactos imediatos, que se confundem com a visão de riscos para o negócio, as comunidades trazem o olhar também para os impactos subjetivos e culturais associados aos processos de mudança. Ignorar impactos como perda de tradição, do sentimento de coletividade e as consequências do desequilíbrio de gênero com a chegada de muitos homens em curto espaço de tempo fragilizam estratégias compensatórias como os projetos sociais implementados, pois não atuam nas razões estruturais que causam os conflitos. A pesquisa aponta ainda que em contexto de alta vulnerabilidade, com desigualdade socioeconômica, fragilidade institucional e alta dependência da empresa mineral, as comunidades acabam ficando somente com o ônus da mineraçãoDissertação Política nacional de resíduos sólidos (PNRS), perspectivas, desafios e oportunidades para a indústria nacional de computadores(2012) Migliano, J. E. B.A política nacional de resíduos sólidos (PNRS) aprovada em 2010 estabeleceu um regime de responsabiliade compartilhada para diversos bens pós-consumo. Definiu que até 2014 sejam estabelecidos acordos setoriais para a implantação de mecanismos de logística reversa para o tratamento e disposição ambientalmente correta dos mesmos. Destacam-se nesse processo os equipamentos eletroeletrônicos e, particularmente, os produtos da indústria de informática. Apesar do prazo definido em Lei, percebe-se que até o momento as ações tomadas nesse segmento específico têm se desenvolvido lentamente devido à complexidade do tema. Esta dissertação tem como objetivo exploratório identificar as principais perspectivas, desafios e oportunidades para a implementação da logística reversa na cadeia de suprimentos da indústria de computadores. Os procedimentos metodológicos privilegiam a análise documental e a realização de entrevistas em profundidade com vinte e um representantes-chave envolvidos nessa cadeia e que devem compor formalmente o acordo setorial previsto em Lei: governo, fabricante, reciclador e cooperativas de catadores, assim como a observadores neutros ligados à academia, dedicados a pesquisa e envolvidos nessa atividade econômica particular. Os resultados desta investigação indicam perspectivas importantes para o equacionamento do problema do lixo urbano, as oportunidades de geração de novos negócios, trabalho e renda e desenvolvimento tecnológico. Todavia, acompanhadas de desafios fiscais, trabalhistas e de regulação ambiental, assim como da dificuldade de consenso existente entre os atores da cadeia de logística reversa para conceituar as definições da terminologia, como também dos processos que, de fato, caracterizem a reciclagem a reciclagem de resíduos de equipamentos elétricos e eletrônicos (REEEs). Além disso, governo, empresas e consumidores, obrigados a implantar a logística reversa (LR) também devem atingir um consenso quanto às responsabilidades sobre a absorção dos custos adicionais envolvidos nesses processos.Dissertação Responsabilidade social corporativa no futebol: relações entre clubes profissionais e comunidades locais na Espanha e no Brasil(2023) Nishida, E.A partir dos anos 1990, o futebol profissional inicia um processo de transformação dos clubes das grandes ligas europeias em empresas globais, sendo os processos de tomada de decisões cada vez mais pautados pelos interesses financeiros e de marketing. Ao mesmo tempo, os crescentes escândalos relacionados a casos de racismo, violência e corrupção aumentam a pressão por mudanças profundas em sua estrutura de governança associadas aos programas de Responsabilidade Social Corporativa (RSC). Um dos propósitos da RSC é a reconstrução da relação do clube com a comunidade local que, muitas vezes, está na origem de seu desenvolvimento, mas que se encontram distanciados como resultado da globalização. O objetivo da pesquisa foi analisar de que forma a RSC no futebol influencia a relação entre clube profissional e comunidade local, considerando-se o contexto de um país desenvolvido (Espanha) e de um país em desenvolvimento (Brasil). A abordagem metodológica adotou a revisão da literatura para definição de categorias analíticas (econômica, político-integrativa e ético-emocional) e o estudo de múltiplos casos, mediante análise documental e entrevistas qualitativas com representantes e stakeholders de um clube espanhol e outro brasileiro. Os resultados mostraram que as ações de RSC orientadas à comunidade se contrapõem à industrialização e contribuem para a reconciliação entre clube e comunidade (mais na Espanha, do que no Brasil). O aspecto ético-emocional assegura o vínculo entre as partes, mas abriga os fatores que podem desencadear a mobilização social da comunidade. À medida em que a relação entre clube e comunidade se fortalece, paradoxalmente, devido às ações de RSC ou pela mobilização social, supõe-se que a desconfiança e o enfrentamento das decisões organizacionais diminuem e que os aspectos econômicos e político-integrativos sejam induzidos pelos interesses da sociedade, tendo o clube o papel de agente de transformação social. Na prática, espera-se que os resultados possam guiar os clubes a planejarem ações de RSC orientadas à comunidade, bem como monitorar situações que possam acarretar a mobilização socialDissertação Sustentabilidade nos cursos superiores de administração de empresas: desafios e perspectivas para a formação e inserção profissional(2013) Martão, M. Ap. de S.O desenvolvimento sustentável pode ser considerado hoje como o grande desafio para a sociedade mundial. As organizações em geral vêm buscando soluções para que continuem crescendo e gerando lucros, procurando alternativas que não esgotem os recursos naturais do planeta, minimizando ou evitando a degradação do meio ambiente e do ser humano, ou seja, crescer de forma sustentável. Este cenário tem gerado demanda por profissionais com um novo perfil, que estejam preparados para das respostas nas esferas econômicas, ambientais e sociais. A educação, em todos os níveis, passa a ter um importante papel como agente de transformação, particularmente nos níveis superiores. A incorporação da sustentabilidade nos currículos formais, como instrumento de reflexão e ação que atendam as necessidades organizacionais não tem se mostrado uma tarefa fácil nos mais diversos campos de conhecimento, inclusive nos cursos de administração. Este trabalho tem por objetivo analisar os desafios e perspectivas para a formação e inserção do profissional de administração na área de sustentabilidade e entender como este conhecimento influencia na trajetória profissional de egressos de um curso de Administração com Linha de Formação Específica em Gestão Ambiental, curso que tem a interdisciplinaridade como diferencial na proposta pedagógica para a inclusão da sustentabilidade no currículo. A metodologia utilizada incluiu o envio de um questionário para os egressos das quatro primeiras turmas de formados do curso, a realização de entrevistas semiestruturas com parte destes egressos, para aprofundamento dos resultados levantados nos questionários e também entrevistas com profissionais de mercado ligados à área de sustentabilidade. Os resultados dos egressos apontam que estes reconhecem as práticas interdisciplinares como facilitadoras para o desenvolvimento de competências requeridas para um administrador capaz de promover o desenvolvimento sustentável. As competências mais citadas pelos egressos foram visão sistêmica, trabalho em equipe e comunicação. Os resultados dos profissionais de mercado apontam para um desconhecimento tanto do curso como da profissão de Administrador com ênfase em Gestão Ambiental, embora reconheçam que seria uma formação útil para empresas que estejam nível de maturidade alto em relação à sustentabilidade, ou seja, que a sustentabilidade faça parte de suas decisões estratégicas. Para os dois grupos pesquisados, o mercado ainda entende os desafios da sustentabilidade relacionados à aspectos tecnológicos e não à competências da gestão, valorizando assim a formação mais técnica de profissionais, como os engenheiros para atuar nesta área. Assim, o desafio é maior do que incorporar a sustentabilidade na formação do administrador comprometido com desenvolvimento socioambiental, trata-se de legitimar este profissional perante o mercado para que seja inserido e que efetivamente colabore para o desenvolvimento sustentável das organizaçõesTese Universidades corporativas e a educação da sustentabilidade nas organizações(2017) Martão, M. Ap. de S.Tese Universidades corporativas e a educação da sustentabilidade nas organizações(2017) Martão, M. Ap. de S.Universidade Corporativa e Sustentabilidade são temas contemporâneos, presentes nas organizações com maior ênfase a partir do século XXI. No entanto, eles parecem andar de forma paralela, com pouca interação entre si. Aparentemente existe um distanciamento que inviabiliza uma conexão entre ambos. Por um lado, a Universidade Corporativa tem como princípio promover a educação contínua, ativa e flexível dos colaboradores e stakeholders, com foco no desenvolvimento de competências essenciais que garantam o cumprimento das estratégias organizacionais, gerando vantagens competitivas sustentáveis. Por outro lado, a Sustentabilidade passa a ser entendida como um valor, um componente central presente na estratégia organizacional, podendo ser encontrado nas declarações de missão, visão e valores de algumas organizações. Dado este cenário, é esperada uma atuação por parte das Universidades Corporativas com o intuito de promover a educação da Sustentabilidade em todos os níveis organizacionais, bem como a existência de diálogos, ações conjuntas e até mesmo de modelos de atuação que envolvam esse tema. Porém, são raros os trabalhos que demonstrem a interação dos mesmos. Este trabalho se propõe a pesquisar como essa interação acontece na prática, no dia-a-dia das Universidades Corporativas. Por meio de uma pesquisa qualitativa, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com 16 gestores de Universidades Corporativas presentes no estado de São Paulo, pertencentes à organizações de diferentes setores de atuação, com os objetivos de entender como ocorre a educação da Sustentabilidade, de identificar a existência de modelos específicos que viabilizem essa educação e de discutir as barreiras e desafios relacionados à educação da Sustentabilidade. Os resultados apontam que embora a Sustentabilidade seja considerada um componente estratégico, presente no discurso organizacional, praticamente não existem ações educacionais e/ou modelos específicos nas Universidades Corporativas. As barreiras encontradas se referem a falta de uma cultura da Sustentabilidade efetiva nas organizações, ao desconhecimento do tema nos diversos níveis hierárquicos e ao fato de que em muitas organizações, os conhecimentos se encontram nos departamentos específicos de Sustentabilidade. Ao atribuir a educação da sustentabilidade exclusivamente ao departamento de Sustentabilidade, este aprendizado acaba sendo fragmentado e pontual pois não está diretamente relacionado à estratégia. Assim, o desafio principal se refere a construção de diálogo colaborativo entre as Universidades Corporativas e os departamentos de Sustentabilidade, que facilite a educação da Sustentabilidade de modo a atender a estratégia organizacionalTese Universidades corporativas e a educação da sustentabilidade nas organizações(2017) Martão, M. Ap. de S.Universidade Corporativa e Sustentabilidade são temas contemporâneos, presentes nas organizações com maior ênfase a partir do século XXI. No entanto, eles parecem andar de forma paralela, com pouca interação entre si. Aparentemente existe um distanciamento que inviabiliza uma conexão entre ambos. Por um lado, a Universidade Corporativa tem como princípio promover a educação contínua, ativa e flexível dos colaboradores e stakeholders, com foco no desenvolvimento de competências essenciais que garantam o cumprimento das estratégias organizacionais, gerando vantagens competitivas sustentáveis. Por outro lado, a Sustentabilidade passa a ser entendida como um valor, um componente central presente na estratégia organizacional, podendo ser encontrado nas declarações de missão, visão e valores de algumas organizações. Dado este cenário, é esperada uma atuação por parte das Universidades Corporativas com o intuito de promover a educação da Sustentabilidade em todos os níveis organizacionais, bem como a existência de diálogos, ações conjuntas e até mesmo de modelos de atuação que envolvam esse tema. Porém, são raros os trabalhos que demonstrem a interação dos mesmos. Este trabalho se propõe a pesquisar como essa interação acontece na prática, no dia-a-dia das Universidades Corporativas. Por meio de uma pesquisa qualitativa, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com 16 gestores de Universidades Corporativas presentes no estado de São Paulo, pertencentes à organizações de diferentes setores de atuação, com os objetivos de entender como ocorre a educação da Sustentabilidade, de identificar a existência de modelos específicos que viabilizem essa educação e de discutir as barreiras e desafios relacionados à educação da Sustentabilidade. Os resultados apontam que embora a Sustentabilidade seja considerada um componente estratégico, presente no discurso organizacional, praticamente não existem ações educacionais e/ou modelos específicos nas Universidades Corporativas. As barreiras encontradas se referem a falta de uma cultura da Sustentabilidade efetiva nas organizações, ao desconhecimento do tema nos diversos níveis hierárquicos e ao fato de que em muitas organizações, os conhecimentos se encontram nos departamentos específicos de Sustentabilidade. Ao atribuir a educação da sustentabilidade exclusivamente ao departamento de Sustentabilidade, este aprendizado acaba sendo fragmentado e pontual pois não está diretamente relacionado à estratégia. Assim, o desafio principal se refere a construção de diálogo colaborativo entre as Universidades Corporativas e os departamentos de Sustentabilidade, que facilite a educação da Sustentabilidade de modo a atender a estratégia organizacional