A percepção do impacto social na mineração: uma visão comparada entre empresa e comunidade

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Tipo de produção
Dissertação
Data
2020
Autores
Gerotto, M. G.
Orientador
Demajorovic, Jacques
Periódico
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Citação
GEROTTO, M. G. A percepção do impacto social na mineração: uma visão comparada entre empresa e comunidade. 2020. 146 f. Dissertação (Mestrado em Administração) - Centro Universitário Fei, São Paulo, 2020 Disponível em: https://doi.org/10.31414/ADM.2019.D.131200.
Palavras-chave
Resumo
O aumento de danos socioambientais e de conflitos em torno da mineração tem estimulado o crescimento de pesquisas focadas na Avaliação de Impacto Social (AIS) neste setor. A partir de um paradigma construtivista, a AIS propõe metodologias participativas de forma a ampliar a comunidade de avaliadores favorecendo a inclusão de populações mais vulneráveis e afetadas, diferenciando-se assim de modelos de avaliação tradicionais embasados exclusivamente no enfoque técnico-científico. O entendimento dos impactos como uma construção social, incluindo o modo pelo qual os indivíduos ou a coletividade sentem os efeitos do projeto amplia a explicação do fenômeno. Esta pesquisa tem o objetivo de identificar e comparar a percepção dos impactos sociais de um empreendimento mineral na visão da empresa e das comunidades locais. A abordagem metodológica incluiu a realização de entrevistas e oficinas de AIS com representantes da mineradora e das comunidades. Os resultados mostram que, enquanto a empresa foca nos impactos imediatos, que se confundem com a visão de riscos para o negócio, as comunidades trazem o olhar também para os impactos subjetivos e culturais associados aos processos de mudança. Ignorar impactos como perda de tradição, do sentimento de coletividade e as consequências do desequilíbrio de gênero com a chegada de muitos homens em curto espaço de tempo fragilizam estratégias compensatórias como os projetos sociais implementados, pois não atuam nas razões estruturais que causam os conflitos. A pesquisa aponta ainda que em contexto de alta vulnerabilidade, com desigualdade socioeconômica, fragilidade institucional e alta dependência da empresa mineral, as comunidades acabam ficando somente com o ônus da mineração
The increase in social and environmental damage and conflicts surrounding mining has stimulated the growth of research focused on Social Impact Assessment (SIA) in this sector. Based on a constructivist paradigm, AIS proposes participatory methodologies in order to broaden the community of evaluators, favoring the inclusion of more vulnerable and affected populations, thus differing from traditional evaluation models based exclusively on the technical-scientific approach. The understanding of impacts as a social construction, including the way in which individuals or the community feel the effects of the project expands the explanation of the phenomenon. This research aims to identify and compare the perception of the social impacts of a mineral enterprise in the vision of the company and the local communities. The methodological approach included conducting AIS interviews and workshops with representatives of the mining company and communities. The results show that, while the company focuses on the immediate impacts, which are confused with the vision of risks for the business, the communities also look at the subjective and cultural impacts associated with the change processes. Ignoring impacts such as loss of tradition, the feeling of collectivity and the consequences of gender imbalance with the arrival of many men in a short period of time weaken compensatory strategies like the social projects implemented, as they do not act on the structural reasons that cause conflicts. The research also points out that in a context of high vulnerability, with socioeconomic inequality, institutional fragility and high dependence on the mineral company, communities end up only with the burden of mining